
No céu da noite que começa
Nuvens de um vago negro brando
Numa ramagem pouco espessa
Vão no ocidente tresmalhando.
Aos sonhos que não sei me entrego
Sem nada procurar sentir
E estou em mim como em sossego,
P'ra sono falta-me dormir.
Deixei atrás nas horas ralas
Caídas uma outra ilusão,
Não volto atrás a procurá-las,
Já estão formigas onde estão.
Fernando Pessoa
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Este poema é dedicado ao João, pois tirei este poema de um livro que ele me ofereceu (Poesia da Noite). :)
1 comentário:
pUnChdRuNk-LoVeSiCk, lindo é o poema que deixas-te aqui, linda a dedicatória que deixas-te para mim. Amei!
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