domingo, 13 de julho de 2008

Realidade Virtual


«Tudo o que eu sou é um cérebro a flutuar numa cuba de produtos químicos. Um cientista ligou de tal forma fios ao meu cérebro que tenho a ilusão da experiência sensorial. O cientista criou uma espécie de máquina de experiências. Do meu ponto de vista, posso levantar-me e dirigir-me à loja para comprar um jornal. Contudo quando faço isto o que está realmente a acontecer é que o cientista está a estimular certos nervos do meu cérebro, de maneira que eu tenha a ilusão de fazer isto. Toda a experiência que penso provir dos meus cinco sentidos é, na verdade, o resultado de este cientista perverso estar a estimular o meu cérebro desencarnado. Com esta máquina de experiências, o cientista pode fazer com que eu tenha qualquer experiência sensorial que poderia ter na vida real. Através de um estímulo complexo dos nervos do meu cérebro, o cientista pode dar-me a ilusão de estar a ver televisão, a correr uma maratona, a escrever um livro, a comer massa ou qualquer outra coisa que eu possa fazer. A situação não é tão rebuscada como pode parecer: os cientistas estão já a fazer experiências com simulações feitas em computador, conhecidas como máquinas de 'realidade virtual'.»


Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia, Gradiva, p. 146.

1 comentário:

Paula disse...

Na realidade, se formos a ver bem as coisas,creio que é exactamente isso que acontece connosco. Somos máquinas, cujos nervos e músculos, se podem equiparar a sensores e engrenagens. Se uma delas pára, tal como as máquinas, somos enviados para reparação.
O problema, é muitas vezes a garantia já ter expirado!
:)
Bjs!